O que significa “japonês” — Brandão85 e Matuê? Letra explicada

O que significa “japonês” — Brandão85 e Matuê? Letra explicada

Lançada em 30 de novembro de 2025, “japonês” marca a aguardada parceria entre Brandão85 e Matuê, dois nomes que dominam o trap brasileiro em estilos diferentes, mas complementares. A faixa, lançada como single avulso (sem álbum ou EP), entrega uma atmosfera de ostentação, estado alterado e vida de artista — temas comuns na cena, porém tratados com identidades fortes de cada um.

Neste artigo, você vai descobrir o que significa “japonês”, entender os trechos principais e mergulhar na interpretação completa da música.

Significado Geral de “japonês”

De forma ampla, a música fala sobre:

  • Autoconfiança extrema depois de superar problemas e relacionamentos antigos.

  • A ascensão no trap, simbolizada por carros caros, dinheiro, fama e “vida de rockstar”.

  • Alteração de consciência (“fico japonês”), metáfora para olhos fechados pelo efeito da erva.

  • Rejeição às críticas e padrões da mídia, principalmente no verso de Matuê.

  • Individualidade e autenticidade, reforçando que ambos não querem ser iguais a ninguém.

A expressão que dá nome à música — “fico japonês” — é uma gíria antiga na cultura do rap, significando ficar com os olhos mais fechados ou puxados por causa da brisa da maconha.

Análise dos Trechos Principais

Refrão — Brandão85 & Matuê

“Isso vai fazer tu perder a timidez
Mando pra casa se for igual minha ex, yeah
Se eu cair, levanto igual foguete
Porque eu fumo tanta erva, eu fico japonês”

Aqui o refrão apresenta a ideia central: Brandão está em um momento de vida confiante, sem espaço para repetições do passado (“mando pra casa se for igual minha ex”).
A linha “levanto igual foguete” reforça resiliência — a queda não significa fraqueza, mas impulso.

A metáfora “fico japonês” surge como símbolo de relaxamento e fuga dos problemas.
No trap, esse tipo de hipérbole é comum para representar o estado “chapado”.

Ostentação e ascensão

“Compro uma Mustang só pra tunar
‘Tô fazendo racks, como um caviar
30 no comando, os rato’ vão mofar”

  • Mustang: símbolo clássico de carro esportivo importado; “tunar” indica gastar mais ainda para personalizar.

  • Racks: gíria para “muito dinheiro empilhado”.

  • Como um caviar: comparação que une luxo e raridade.

  • 30 no comando: referência ao “30praum”, gravadora dos artistas.

  • “Ratos vão mofar”: crítica a rivais invejosos que ficam “parados”, sem progresso.

Imagética de brisa e vida de artista

“Só me deixa flutuar
Toquei nas estrelas, fui lá no luar
Olho dessa baby é verde igual o mar
Na retina dela, eu sou um rockstar”

Aqui Brandão cria imagens sensoriais para mostrar o estado de euforia:

  • Flutuar / estrelas / luar → sensação psicodélica.

  • Baby com olhos verdes → símbolo de atração intensa.

  • “Na retina dela, eu sou um rockstar” → ele se vê valorizado, admirado; reforça autoestima e fama.

Verso do Matuê 

Matuê entra com seu estilo característico: deboche, ironia e crítica social misturados com ego elevado.

Autenticidade e desdém

“Quem é tu? Mano, eu nunca ouvi falar de vocês
Eu fumo tanto bagulho, eu falo maconhês”

  • “Maconhês” = brincadeira com “língua dos chapados”, reforçando exagero proposital.

  • A primeira linha coloca Matuê acima dos “haters” ou artistas menores.

Crítica à mídia e influência cultural

“Se essa mídia quer que eu mude, eu mando se foder
Até teu filho agora quer andar igual Matuê”

Aqui ele reforça seu papel como marca cultural: mesmo com críticas, sua influência cresce.

Individualidade e repúdio ao “padrão”

“Graças a Deus eu nunca quis ser igual você
Andando igual todo mundo tipo NPC”

  • NPC (Non-Player Character) → personagem secundário que só segue rotinas.

  • A metáfora critica quem só copia tendências sem identidade própria.

Vida de luxo + referência cultural

“Lambo, rachando a pista
Eu me sinto o Mauro dando fuga na polícia”

  • Lambo = Lamborghini.

  • “Mauro” → referência ao Oruam.

Ironia sobre relacionamentos

“Vou mandar um salve pra minha ex
Por todo o dinheiro que nós fez
Se é bom ‘tá amando, eu não sei
É que com o dinheiro eu me casei”

Ele brinca com a ideia de gratidão irônica, sugerindo que o fim da relação impulsionou sua carreira.
A última linha reforça o romance com o sucesso, não com pessoas.

Conclusão

“japonês” é uma faixa que mistura ostentação, crítica social, identidade própria e estados alterados.
Brandão traz o lado melódico e sensorial; Matuê entrega ironia, ego e punchlines afiadas.
O resultado é um trap que fala sobre viver intensamente, ignorar julgamentos e celebrar a ascensão — tudo embalado em metáforas visuais e gírias da cultura urbana.

Link oficial

Japonês – Brandão85, feat. Matuê